9 de ago. de 2007

Branding pela ausência absoluta de marca

O título deste post pode parecer um contrasenso, mas é precisamente isso o que a Muji faz. Se você for ao Japão, pode conhecer as lojas diretamente onde tudo começou. Mas você já encontra pontos de venda deles nos EUA, Inglaterra, Coréia, França e Alemanha.

Conheci o conceito em Tokyo, quando estive lá em 2005 (quando fui fazer palestras para mais de 2.000 dekasseguis na ExpoBusiness, em Nagoya). E virei fã. E agora, sempre que vou a alguma cidade onde exista uma loja ou ponto de venda deles, acabo comprando um monte de coisas.

Trata-se de uma loja com produtos transadíssimos, com design arrojado, clean, indo (nas lojas maiores, com mix mais completo) de mobília e eletrodomésticos a comida e roupas, passando por carrinhos de bebê, luminárias, bicicletas, material de escritório, acessórios pessoais, produtos de higiene pessoal e mais um montão de coisas. Tudo sem nenhuma marca. Aliás, a marca Muji é formada pelas primeiras sílabas da expressão "Mujirushi Ryohin", que, segundo me explicaram amigos nipônicos, significa "produtos de qualidade sem marca" em Japonês.

Para você ter uma idéia, quando tira a etiqueta de preço do produto que comprou, este fica sem sequer a marca da própria loja. Dizem (e eu acredito) que os produtos são desenhados por designers super famosos dos quatro cantos do mundo. Mas não há o nome deles em nenhum lugar. Nem na loja, nem nos produtos. Nada. Zero. Niente.

O mais estranho é que a ausência absoluta de marca (de brand) se torna um maravilhoso exercício de branding. Tanto que as lojas e seus produtos contam com legiões de tietes. Nos quais eu humildemente me incluo.