30 de jun. de 2008

Comercial do novo Gol. Com Gisele e Stallone.

Dizem que só a produção custou US$ 5 Milhões. Confira:

Tudo é uma questão de perspectiva

Observe as duas imagens acima sentado a um distância normal do monitor. O "Sr Raiva" está à esquerda e o "Sr. Calma" está à direita, não é mesmo?

Agora, levante-se, ande uns 2,5 ou 3 metros para trás e olhe novamente para eles. O que acontece? Eles trocam de posição!!! Como? Não me pergunte.

Quem me enviou foi meu irmão.

Me faz lembrar a trovinha de Oswaldo Melantonio que dizia: "neste mundo enganador, / nada é verdade ou mentira. / Tudo depende, no fundo, / do cristal com que se mira".

29 de jun. de 2008

Ruth Cardoso - Missa de Sétimo Dia

A quem possa interessar, a Missa de Sétimo Dia de Ruth Cardoso será no dia 1/7, terça-feira, às 11:00h, na Capela do Colégio Sion, na Av. Higienópolis, em São Paulo, Capital.

27 de jun. de 2008

Compre uma casa. E leve de brinde uma loira.

A gente tem que reconhecer que, no mínimo, a mulher sabe se promover. Até melhor do que essas "celebridades instantâneas" (e descartáveis) que lotam as revistas e os programas de TV brasileiros.

É o seguinte: uma corretora de imóveis da Flórida, EUA, chamada Deven Traboscia (veja a foto), colocou sua casa, situada em Palm Beach Gardens à venda nos sites e-Bay e Craiglist, com o lance mínimo de US$ 500 mil. Até aí, nada de novo.

Acontece que o comprador leva, de “brinde”, a própria Deven. É isso mesmo: ela pretende vender a casa e continuar morando nela, como mulher do comprador.

A louraça belzebu tem 42 anos de idade, está divorciada há 8 anos, é mãe de dois adolescentes e está endividada e precisando vender a casa. Como também anda à procura de um príncipe encantado, resolveu matar dois coelhos com uma só cajadada e se incluiu no “pacote”.

No anúncio que publicou, está escrito: “se quer viver um sonho sem fim e conhecer o amor verdadeiro e o romance de um conto de fadas, esta é a mulher da sua vida".

O leilão vai até quarta-feira que vem (dia 2 de julho). E, até onde pude apurar, nenhum lance foi dado até o momento.

Abra a Boca e Feche os Olhos

Dica da minha amiga Renata Alves Lima, que sabe das coisas, a Abra a Boca e Feche os Olhos produz e vende uns biscoitos deliciosos. E, o que é mais legal, todos com uma história, um "enredo". Sem falar no nome e na logomarca, que ajudam a compor essa história. E Marketing, para ser eficaz, tem cada vez mais a ver com isso, com "enredo", do que com o produto ou serviço em si mesmo.

A empresa foi criada há uns 8 anos por duas amigas do tempo de colégio, que começaram a fazer e vender um biscoito especial a partir de uma receita de família, trazida da Itália para o Brasil através da tia da tia da tia, sabe como é... Coisas de italiano.

E hoje fornecem para alguns lugares especiais, lojas, restaurantes, organizadoras de eventos. E também aceitam encomendas. Vale a pena dar uma conferida no site.

E, como diz a Renata, depois de um acontecimento péssimo para o país - e ainda pior para quem a conhecia de perto -, que foi a morte de Ruth Cardoso, a gente precisa de algo que ajude a adoçar a vida.

26 de jun. de 2008

Magnífico texto de Dora Kramer

Publicado em O Estado de S. Paulo de hoje:

Uma mulher incomum

A principal característica de Ruth Cardoso como mulher de presidente da República era ser peculiar, diferente de todas as antecessoras.

Discreta, não poderia ser comparada às submissas; atuante, nem de longe lembrava as intrometidas; austera, guardava distância das puritanas; severa, não se enquadrava no modelo das intolerantes; refratária ao cotidiano da política partidária, estava a léguas das alienadas; impecável no pentear e no vestir, nem por isso formava no rol das entusiastas da ostentação.

Ruth Cardoso tinha a veleidade de preservar sua identidade como cidadã comum, mas, no que tange à Presidência da República, sem dúvida foi uma mulher incomum. Com todos os ônus e os bônus contidos na definição.

No início, mais ônus que bônus. Brasília e a mulher do novo presidente se estranharam. A capital nunca tinha visto nada parecido.

Se Fernando Henrique Cardoso com suas maneiras apuradas e fala de acadêmico já parecia esquisito, algo presunçoso, quem diria a mulher, mais interessada na carreira de observadora ativa da vida brasileira do que nas alegorias do poder, sempre preparadas para dar curso ao exercício da bajulação.

Com Ruth não seria assim.

Uma intelectual internacionalmente reconhecida que não escondia sua ojeriza aos rituais do poder e uma especial antipatia por jornalistas, fossem eles interessados em detalhes fúteis ou estivessem sinceramente empenhados em ouvir o que a professora, mestre, doutora e escritora tinha a dizer sobre os destinos do País.

Ruth chegou a provocar um contido escândalo quando, depois da eleição e antes da posse, cogitou da hipótese de não se mudar para a capital. Queria ficar em São Paulo, levando "vida normal".

A corte sentiu-se rejeitada. Enxergou antipatia, soberba e um resquício de impertinência na novidade da rejeição ao título de "primeira-dama". Ruth não dizia com todas as letras, mas estava claro que achava a denominação antiquada e, sobretudo, cafona.

Tinha toda razão. Nem por isso, entretanto, insistiu na imposição de novas leis. A recíproca foi verdadeira e, aos poucos, os espíritos foram se desarmando. A capital desistiu de enquadrar Ruth nos parâmetros conhecidos e ela, enquanto fazia concessões na forma, conquistava respeito na exposição do conteúdo.

Falava pouco, mas era sempre certeira na análise dos problemas brasileiros, não abria mão das opiniões, ainda que polêmicas, aliava-se ao bom combate e, como não precisava, como o marido, fazer concessões inerentes à condição do governante, Ruth Cardoso foi se firmando no cenário nacional como um símbolo de dignidade e correção.

Os políticos aliados ao governo do marido logo perceberam o potencial eleitoral contido nessa boa figura, tentaram discretamente conquistá-la como parceira de palanque, mas Ruth, naquela firmeza típica dos seres lastreados em ouro, não se deixava seduzir por bobagem.

Mais importante para ela eram as discussões, as elaborações e as projeções de programas sociais distanciados do assistencialismo e sustentados na concepção da inclusão produtiva. Jovens, por exemplo, não recebiam dinheiro, mas incentivo para aprender profissões ao alcance das suas realidades: DJs, dançarinos, cabeleireiros "afro", etc.

Livre das regras do jogo bruto da política cotidiana, Ruth preservou as antigas relações e construiu novas admirações entre partidos de todos os matizes. Distante do ambiente de denúncias, de escândalos, fiel a suas convicções sem ceder à tentação de extrapolar para o papel de heroína, foi naturalmente sendo vista como uma espécie de reserva moral não explícita, consciência crítica do governo.

Aquilo que no começo causou estranheza - uma simplicidade vista como majestática, a aversão ao estrelato, o retraimento, a fidelidade à conduta da vida inteira - acabou sendo visto pelo Brasil como sua melhor qualidade: a noção de que ocupantes do poder são apenas cidadãos aos quais se confere temporariamente a prerrogativa de fazer acontecer.

Isso não lhes dá o direito de se acharem diferentes dos demais ou mesmo diferentes de si mesmos antes do advento da votação, ao ponto de justificar a adoção de artifícios para marcar a distância entre representantes e representados.

Ao preservar sua naturalidade, Ruth Cardoso marcou pela peculiaridade. Em sua cerimônia de adeus, reuniu o pesar dos partidos, das entidades, das sociedades, das instituições, algo inédito em se tratando de mulheres de presidentes.

Mais inusitado ainda porque o presidente em questão está fora do poder. Quem se manifestou, portanto, o fez pela figura de Ruth Cardoso e tudo o que ela conseguiu representar.

Simbolismo resumido nas inquietações que lhe assaltavam a alma: a degradação dos costumes, a total indiferença aos princípios éticos, a passividade da população diante desse quadro e, para citar palavras ditas por ela em setembro de 2007, "o mais incrível é que ninguém é punido, fica tudo por isso mesmo".

Cliente do Grupo Cherto amplia ocupação de mercado

A rede de "truck centers" BTS (Bandag Truck Service), especializada em manutenção mecânica de caminhões, tem a meta de chegar a 400 unidades espalhadas por todo o Brasil até 2012. Isso significa um crescimento de 300% sobre a base atual, que é de pouco mais de 100 unidades.

A rede de franquias BTS, que começou a ser implantada em 2001, presta serviços de manutenção mecânica de itens ligados a sete "famílias": pneus, freios, suspensão, elétrica, lubrificação, conveniência e acessórios. Para isso, conta com a parceria de empresas como Eaton, Monroe, TRW e Delco Remy.

A Bandag, responsável pela concessão das franquias e gestão da rede, é uma empresa americana que recentemente se fundiu à Bridgestone. Além dos BTS, a Bandag gere outra rede, a rede Bandag, atualmente composta por 129 franquias especializadas na recapagem de pneus de caminhões e ônibus. A meta para esta outra rede é chegar a 135 franquias ainda este ano.

25 de jun. de 2008

Uma mulher notável

Comentário de minha mulher, há pouco, na mesa do jantar: "tive a oportunidade de conviver com Dna Ruth em situações totalmente diversas: como antropóloga renomada e cultíssima, autora de livros que são referência em vários países, como dona de casa, como dirigente de ONG e como mãe e avó carinhosa e dedicada, capaz de arrumar tempo, em meio aos inúmeros compromissos de "Primeira Dama" (designação que ela odiava, por considerá-la cafona e fora de época), para cuidar pessoalmente dos detalhes da decoração do quarto da netinha recém nascida, que ajudei a fazer. E em todas essas situações ela sempre se portou de maneira notável, com uma simplicidade, uma simpatia, uma transparência e um alto-astral impressionantes. Era uma mulher notável."

Um velório. Duas cenas.

Como não podia deixar de fazer, estive hoje no velório de Dna. Ruth Cardoso. Sem que eu percebesse (por estar de paletó? ou por meus cabelos grisalhos? ou será que tenho cara de "otoridade"?), fui direcionado à entrada reservada às assim chamadas Autoridades. Fiquei um pouco por ali, em meio às "personalidades" e, seguro de que aquele não era o meu lugar, fiz o caminho de volta e entrei na fila do "público".

Isso me deu a oportunidade de testemunhar duas cenas. Uma que Dna. Ruth certamente odiaria. E outra que sei que ela teria amado:

Cena 1: um monte de políticos de todos os matizes disputavam alguns minutos de microfone e de luzes-câmera-ação, cada um com mais vontade de aparecer do que o outro. Um nojo.

Cena 2: na fila do "público", à minha frente, um jovem alto e magro, com a barba por fazer e vestido com roupas muito simples, com uma garotinha pela mão. Diante do caixão, levantou a menina e lhe disse baixinho: "Filha, essa aí foi uma grande mulher". E seus olhos se encheram de lágrimas. Perguntei se tinha conhecido Dna. Ruth. E ele, com jeito tímido, talvez com vergonha do próprio choro, respondeu que "só pela TV e os jornais, mas sei que ela era uma pessoa iluminada. Por isso quis que minha filha a conhecesse". Aí foi a vez dos meus olhos se encherem de lágrimas.

O rapaz tem razão: o Brasil perdeu uma grande mulher.

E, de repente, ficamos todos um pouco órfãos...

Quero muito acreditar que Deus sabe o que faz: enquanto tantos (e tantas) CANALHAS permanecem vivos, Ele decidiu levar para junto de si uma das pessoas mais decentes, inteligentes, firmes e, ao mesmo tempo, doces, dignas, articuladas, capazes, fazedoras e "do bem" que conheci e com quem tive o privilégio de conviver: Ruth Cardoso.

Não foram apenas Paulo Henrique, Luciana e Bia que ficaram órfãos. Todos os brasileiros de bem ficaram um pouco órfãos também.

23 de jun. de 2008

Grata surpresa: Badi Assad

No magnífico show que o grande Bobby McFerrin deu ontem no Teatro Municipal de São Paulo, uma grata surpresa foi a curta (porém marcante) participação de Badi Assad.

A moça toca, canta e faz percussão com a boca como gente grande. Confira no vídeo abaixo do que essa paulista (de São João da Boa Vista) é capaz:

É sangue pra todo lado...

Veja que bem sacado o outdoor (com interação com o ambiente em volta) para divulgar a estréia do filme Kill Bill 2 numa TV a cabo na Nova Zelândia:

Fotos da Barbie Store (Buenos Aires)

19 de jun. de 2008

Tem empresa que trate o cliente pior do que a Vivo?

Meu Deus do Céu! Estou desesperado com a qualidade do atendimento da Vivo.

Eu mesmo tenho um telefone da Claro e me dou muito bem com isso. Mas meu filho ainda tem um Vivo e, enquanto não for implantada a tal da "portabilidade" (ou seja: enquanto o cliente não puder manter o número de sua linha quando muda de operadora), continua "refém" desses biltres (sim, trata-se de uma empresa que não tem clientes, tem "reféns"!).

E o pior é que a linha que ele usa está em meu nome. Para mal dos meus pecados!

É um inferno! Volta e meia sou obrigado a perder horas ao telefone ou numa das lojas da marca. Até quando pretendem fazer o bem e agradar um cliente esses caras conseguem criar mais problemas e dificuldades que satisfação.

Socorro !!!!!

18 de jun. de 2008

Divulgação barata e bem sacada

Veja o que uma agência australiana criou para divulgar a existência dos Lego Education Centers naquele país:

Simples, barato, fácil de fazer... e bem bacana.

Dentista com senso de humor

A placa na porta do consultório dentário diz: "Desculpe, estamos abertos", pura gozação de algum dentista bem humorado que resolveu fazer paródia com aquelas plaquinhas típicas nas lojas dos EUA que dizem "Desculpe, estamos fechados".

17 de jun. de 2008

Até quando o Tietê vai continuar essa nojeira?

Veja acima as fotos que meu cunhado Renato De Cara tirou do rio que corta São Paulo...

Quem, como eu, já esteve numa canoa vendo a beleza que é o encontro do Tietê (de águas claras, transparentes) com o Rio Paraná (de águas barrentas) e viu essas águas tão diferentes correrem lado a lado por bom trecho, antes de se misturarem e bebeu direto do rio, com as mãos em cuia, a água "daquele" Tietê de lá, custa a acreditar que se trate do mesmo rio.

Até quando vamos continuar aguentando esta imundície? Até quando as autoridades vão tolerar que vândalos e debilóides continuem jogando seu lixo dentro do rio sem puní-los severamente?

16 de jun. de 2008

15 de jun. de 2008

Uma seleção sem vícios

Depois da vergonhosa derrota contra o Paraguai hoje à tarde, é forçoso reconhecer que razão tem o Zé Simão, quando diz que nossa Seleção não tem vícios: não fuma, não bebe e não joga.

14 de jun. de 2008

PenDrives divertidos

Todas as fotos enviadas por meu amigo Gândara.

Quem será que inventa essas coisas todas?

13 de jun. de 2008

Consultoria de Campo parar gerar mais resultados

Certamente estarei chovendo no molhado se disser que as empresas que sabem das coisas, além de se preocuparem com o sell in (vendas da empresa para seus distribuidores, revendas e outros canais de marketing) também vêm dando muita atenção ao sell out (vendas dos canais para outros intermediários, para transformadores ou integradores ou para os consumidores ou usuários finais).

Essas empresas vêm capacitando, oferecendo suporte, gerando informações e ajudando seus canais a se tornarem negócios mais bem geridos. E o fazem porque são boazinhas? É óbvio que não! É que elas entendem que sua competitividade está intimamente ligada à competitividade de seus distribuidores, revendas, representantes, corretores, dealers, etc...

Uma coisa que muitas vêm fazendo - e que gera excelentes resultados - é criar uma Consultoria de Campo: profissionais qualificados, que entendem profundamente de negócios, que visitam periodicamente os canais para atuar como consultores, capacitadores e "polinizadores", disseminando as melhores práticas. Tudo com o objetivo de tornar cada canal uma empresa mais eficaz.

iTunes finalmente no Brasil???

Há rumores de que a Apple estaria nos finalmentes para permitir que brasileiros e brasileiras adquiram faixas de música e vídeos de sua loja virtual, a iTunes (até hoje vetada para quem vive nesta Pindorama).

O acervo de canções dessa loja virtual já passa de 6 milhões de faixas. E a Apple já vende mais música que o maior varejista físico desse tipo de produto em todo o mundo, o Wal-Mart.

O mercado formal de música digital, no Brasil, ainda está na sua infância. Para se ter uma idéia, movimenta menos de R$ 25 Milhões por ano. Ou seja: nada. E olhe que isso incluindo os mais de R$ 18 Milhões que resultaram da venda de músicas pelo celular. Traduzindo: tem muito para crescer.

Caminhar ou pedalar? Os dois. Ao mesmo tempo.

11 de jun. de 2008

Advogados também dançam

Clique sobre a imagem abaixo e assista ao vídeo da grande sensação da versão britânica do “American Idol”. Fica ainda mais legal quando você sabe que, na vida real, o “Michael Jackson” é advogado e o “Gorducho” é gerente de um grande magazine.

8 de jun. de 2008

Conheci uma mulher maravilhosa

Neste sábado, conheci uma mulher maravilhosa, que me deixou encantado.

Não é bem o que você está pensando. Minha mulher estava junto e ficou tão encantada quanto eu.

Num encontro que minha amiga Cris Rebello organizou em sua casa, a tal mulher falou sobre sua história de vida e suas idéias. E fez uma das melhores palestras a que assisti nos últimos anos. Sem usar Powerpoint. Sem flip-chart. Sem multimídia. E sem dar pulos, caminhar sobre brasas, ou mesmo gesticular. Nem poderia ser de outro jeito: em consequência de um acidente de carro aos 26 anos de idade, ela, que agora tem 40, é tetraplégica. Absolutamente incapaz de mover um único músculo do pescoço para baixo.

E o mais estranho é que em momento nenhum a vi como uma deficiente. Na minha frente vi, o tempo todo, uma mulher inteligente, bonita, "do bem", expressiva, engraçada, serena, de bem com a vida, articulada e, acima de tudo, com uma garra invejável e uma capacidade comovente de colocar os interesses comunitários acima dos seus próprios interesses.

Estou falando de Mara Gabrilli, a vereadora e ex-Secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo que está mudando a cara desta minha cidade. E o jeito como se faz política por aqui.

Mara é candidata à reeleição. E eu assumo publicamente que vou votar nela. E, caso você não tenha candidato, sugiro que faça o mesmo.

Não votarei nela por causa de sua luta pelos direitos dos que são portadores de alguma deficiência, ou têm dificuldade de se locomover. Por mais que essa luta me comova, entendo que há centenas de outras tão ou mais relevantes. E até mais urgentes, como a luta contra a violência, a luta contra a poluição e a luta contra a devastação dos mananciais.

Vou votar em Mara porque quero acreditar que alguém como ela tem muito a contribuir para resgatar a decência na esfera pública.

Estou cheio de "autoridades" corruptas, ineficientes, "espertas". Estou cheio de "autoridades" que, ou não têm um pingo de decência, ou não têm culhão, ou não têm nenhuma dessas duas coisas. Estou cheio de "autoridades" que não conseguem acertar um plural, nem combinar o verbo com o sujeito. Estou cheio de gente que é eleita para lutar pela comunidade e depois só quer saber de mamar nas tetas do Brasil. Estou cheio de caras de pau, que são machos paca na hora de fazer suas picaretagens, mas depois choram diante das câmeras, quando são apanhados com os dólares na cueca. Estou cheio de negociatas. De corrupção praticada pelos que deveriam evitar a corrupção. Estou cheio de gente pilantra, que tudo vê e tudo faz, mas "nunca sabe de nada". Estou cheio de malandros de gravata e malandras de tailleur, plenos de arrogância e empáfia.

Estou cheio de gente que, ao mesmo tempo, é capaz de tudo e não é capaz de nada.

Em suma, estou cheio de "tudo o que está aí". E acredito que a Mara pode fazer alguma coisa para trazer um vento de mudança.

Sou radicalmente contra o voto nulo e o voto em branco. Mas confesso que, muitas vezes, nos últimos anos, me vi obrigado a votar no candidato "menos pior".

Votando na Mara, quero acreditar que estarei votando no melhor.

E rezo a Deus para não me desapontar com ela também, como já me desapontei com outros que estão ou estiveram por aí, exercendo o Poder. E de quem gostaria de cobrar a devolução dos votos que lhes dei.

Conte comigo, Mara. E, pelo amor de Deus, nunca me desaponte.

6 de jun. de 2008

Orgulho de ser brasileiro

Participei do Fórum Mundial de Marketing & Vendas promovido pela HSM. E senti orgulho de ser brasileiro.

Primeiro pelo próprio evento: organização perfeita (como costuma ser tudo o que a HSM faz), palestrantes de primeríssima linha, temas relevantes, platéia cheia de gente importante, que convém encontrar de vez em quando.

Lembrei de ter visto a HSM nascer, 20 ou 21 anos atrás. Acompanhei de perto a batalha de 3 jovens brasileiros, Harry, Salibi e Marina (cujas iniciais formam o nome da empresa), para construir um negócio inovador, com alta qualidade, exatamente do jeito que sonharam. Hoje a HSM é uma multinacional, presente em 7 ou 8 países, elogiada por gente como Peter Druckers, Jim Collins, Bill Clinton, Jack Welch e mais uma tropa de luminares do mundo acadêmico e empresarial.

Depois, porque a melhor, dentre todas as excelentes palestras a que assisti, foi feita por um brasileiro, o Ricardo Guimarães, que deu um show de forma e conteúdo, falando sobre o Marketing na visão do Branding.

Deixou para trás feras como Neil Rackham (de quem eu sou fã), Chris Anderson (idem)e outros.

Infelizmente, um compromisso profissional me impediu de assistir à palestra da minha amiga querida Christina Carvalho Pinto. Mas quem assistiu disse que também foi excelente.

É bom ver que, num evento de peso, com gente de peso, quem mais brilhou foram os brasileiros. Tanto os que subiram no palco, como os que ficaram nos bastidores, fazendo a coisa toda acontecer.

Me dá um orgulho danado!

Vencer é um hábito

Uns 15 anos atrás, visitei Bud Hadfield, fundador da Kwik Kopy, na sede da sua empresa, no Texas. Levei comigo um grupo de franqueadores brasileiros, naquilo que chamamos de "Visita de Benchmarking". Na época, Bud tinha uns 72 ou 73 anos de idade, mas mantinha uma energia invejável e fiquei seu fã. Nos demos muito bem mesmo, apesar de eu ter praticamente a metade da sua idade.

Na hora de nos despedirmos, ele meu deu um exemplar autografado do seu livro "Wealth Within Reach", que eu vim lendo no avião. E cheguei a São Paulo decidido a criar uma editora para traduzir e publicar aquela obra aqui.

Fiz isso. E a Editora Cherto lançou não só esse (com o infeliz título "Sucesso ao seu alcance"), como outros livros também. Com sucesso de crítica, sem dúvida. Mas não sucesso de público. E muito menos sucesso financeiro.

Os livros eram ótimos, modéstia à parte. Mas eram poucos, o que nos impedia de alcançar uma escala mínima para nos viabilizarmos como editora. E a distribuição era um capítulo à parte. Apanhei muito na mão dos distribuidores. E, como não era, nem tinha a intenção de ser, meu negócio principal, "sartei de banda" e liquidei a editora antes que me criasse problemas (além dos cabelos brancos que me deixou).

Mas o livro do Bud continua sendo genial. Está esgotado, por isso nem adianta procurar por ele. Mas me sobrou um exemplar, do qual reli uns trechos ainda há pouco, motivado por uma mensagem que meu cunhado Renato De Cara me enviou.

Bud Hadfield quebrou nada menos que 8 vezes, em 8 ramos diferentes. Quebrou mesmo. Faliu. Nada do que ele fez deu muito certo, até que, aos 44 anos de idade, fundou a Kwik Copy, que viria a se tornar uma das maiores redes de gráficas rápidas do mundo. E ele ficou muito rico.

No livro, uma das coisas que ele diz - e na qual acredito piamente - é que vencer é um hábito. E, infelizmente, perder também é.

Ou seja: vencer ou perder tem mais a ver com atitude do que com sorte ou outros fatores alheios à sua vontade.

Pense: qual tem sido sua atitude perante a vida e os problemas / oportunidades que ela lhe apresenta?

4 de jun. de 2008

Cuidado para o foco não virar miopia

Texto original do meu artigo publicado na Gazeta Mercantil de hoje (04 de junho de 2008):

Foco demais pode virar miopia Marcelo Cherto

Durante os primeiros 10 anos de existência do Grupo Cherto, cultivei verdadeira obsessão pela manutenção do foco: só aceitava trabalhar em projetos que tivessem a ver com a criação ou reestruturação de redes de franquias. Até que, em 1996, me procurou o então CEO das Lojas Americanas, querendo nos contratar para tratar como franquia um negócio que nada tinha a ver com Franchising.

Seu objetivo era iniciar pelas lanchonetes um processo de padronização das cerca de 110 filiais da rede existentes na época, para ganhar mais controle sobre a experiência de consumo que cada uma proporcionava aos respectivos clientes. Para isso, pensava em utilizar os mesmos mecanismos que as empresas franqueadoras empregam para orquestrar as respectivas redes. E Peter Rodenbeck, então presidente do McDonald’s - e hoje presidente do Starbucks e do Outback – havia sugerido que nos procurasse.

Confesso que, inicialmente, eu não quis sequer formular uma proposta de trabalho. Entendia que era algo fora do nosso foco. Mas o tal CEO - que era ninguém menos que Fersen Lambranho, hoje um dos comandantes da poderosa GP Investimentos, a maior compradora de empresas do Brasil - tanto argumentou que me convenceu de que nosso negócio não era lidar com apenas franquias, era lidar com canais. Acabei topando.

E foi então que um mundo novo se descortinou diante de meus olhos. Atuar naquele projeto mostrou, a mim e aos consultores que trabalhavam comigo, que os mecanismos de gestão de rede empregados pelos franqueadores mais bem sucedidos - que conhecíamos e dominávamos - se prestavam a otimizar o desempenho da maioria dos demais canais de marketing.

A partir dessa experiência - e graças à persistência do Fersen - passamos a prestar serviços para organizações que, para ocupar o mercado e interagir com os consumidores, utilizam canais tão diversos como revendas, distribuidores, filiais, agências, corretores, representantes comerciais, porta-a-porta, assistências técnicas, e-commerce, força de vendas própria e outros... inclusive franquias.

Isso abriu para nós um universo de novas oportunidades, nos estimulou a buscar e desenvolver novos conhecimentos e nos transformou numa consultoria sem paralelo. Na busca de um benchmark, temos procurado pelo mundo alguém que faça exatamente o mesmo que nós e até o momento não encontramos.

Agora, imagine você o que teria acontecido se Fersen não houvesse insistido. Ou se, em nome do foco, eu tivesse sido ainda mais teimoso do que ele, não aceitando trabalhar no seu projeto. Minha empresa seria bem diferente - muito menor e com menos perspectivas - do que é hoje.

Theodore Levitt tinha razão quando disse que, ao estabelecer seu foco de atuação, a empresa deve se preocupar com o cliente, não com o produto. A razão de existir de cada empresa não é produzir isto ou aquilo: é conquistar e manter clientes. Fazendo, é óbvio, apenas o que sabe fazer melhor. Mas a definição do que fazer exige mente aberta, para não incidir no erro de, por excesso de foco, acabar criando uma empresa míope.

****************************************************************** MARCELO CHERTO é presidente do Grupo Cherto (www.cherto.com.br), consultoria especializada em Ocupação de Mercado, além de membro da Academia Brasileira de Marketing e do Conselho Global da Endeavor.

1 de jun. de 2008

Uma "galeria virtual" de arte de rua

Esta dica veio do Yuri Saiovici: o Wooster Collective é um site dos mais bacanas que funciona como uma espécie de galeria virtual de street art (intervenções artísticas em ruas e outros espaços públicos) de vários países.

Clique aqui para visitar o site e conheça trabalhos bem legais de gente como a brasileira Alessandra Cestac, que fez num muro de São Paulo esta bela intervenção:

Outros exemplos de street art que você vai encontrar no Wooster Collective:

Mais resultados em lojas próprias

O artigo a seguir foi publicado na edição deste mês da Revista Alshop, da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping. Achei que valia a pena reproduzí-lo aqui.

Como extrair mais resultados de uma rede de lojas próprias

Marcelo Cherto

Crescer nem sempre é questão de oportunidade. Muitas vezes é pura necessidade. Se você não ocupar mercado, outros o farão e podem sufocá-lo. Se tem acesso aos recursos financeiros e humanos necessários, faz sentido ocupar o máximo possível de mercado com pontos de venda próprios, reservando a concessão de franquias para os territórios onde não lhe convenha estar presente diretamente. Contudo, mesmo na expansão via lojas próprias, é possível utilizar certos mecanismos típicos das franquias, para ter maior controle.

Michael Gerber ensina – e eu concordo - que todo negócio deve ser estruturado como se fosse a unidade-piloto de uma rede de franquias... mesmo que não se tenha a intenção de franqueá-lo. Deve-se definir e padronizar os processos mais relevantes relacionados à sua operação e gestão, de modo que possam ser replicados sem o envolvimento do fundador, que pode, então, delegar com segurança tarefas que podem ser desempenhadas por outros, reservando seu tempo para as atividades nas quais seu envolvimento faz diferença, como identificar novas oportunidades, abrir novas frentes e criar novos produtos. De fato, o dono gera mais valor, para si mesmo, sua organização e seus clientes, trabalhando O negócio do que trabalhando NO negócio.

Portanto, se você tem uma loja ou quiosque, pense seriamente em normatizar seus processos mais relevantes e criar as ferramentas que garantam sua observância e os indicadores adequados para medir seus resultados, como se estivesse prestes a conceder franquias. Se fizer a coisa direito, vai se surpreender com o quanto isso facilita sua vida. Com o “plus” de transformar conhecimentos que hoje estão na cabeça de seus colaboradores em ativos da sua empresa.

E se você é, ou planeja ser, dono de uma rede de lojas, pode utilizar outros mecanismos do Franchising, além dos mencionados acima. Refiro-me às ferramentas e instrumentos que um franqueador que se preze utiliza para expandir, monitorar e gerir sua rede. Por exemplo, processos e instrumentos para a análise e seleção de pontos comerciais, checklists de supervisão e verificação de conformidade, uma equipe de consultoria de campo para visitar periodicamente cada loja, orientando e motivando seus integrantes e assim por diante.

Regis Dubrule, fundador da rede Tok & Stok e meu colega na Academia Brasileira de Marketing, me disse que sua empresa somente se consolidou depois que passou a tratar cada uma de suas lojas (todas próprias) como se fosse uma franquia, manualizando e padronizando tudo o que é relevante para seu sucesso sustentável. Fazendo o mesmo, você pode obter uma vantagem competitiva, seja qual for o seu ramo de atuação.

Afinal, como diz Clemente Nóbrega, não há diferença essencial entre uma loja, um hospital, uma oficina, um hotel ou uma siderúrgica. Moda e cimento são, na essência, a mesma coisa. Um hospital ser mais ou menos lucrativo depende mais da “engenharia do fluxo de informações” do que da medicina que ali é praticada. O mesmo vale para uma loja, ou uma cadeia de lojas. Ganhar dinheiro e adicionar valor, em qualquer negócio, depende da orquestração do fluxo de informações entre os elos da cadeia que vai do produtor da matéria prima até o consumidor final.

Orquestração. Eis uma boa expressão para o que se obtém com a utilização de mecanismos das franquias. Afinal, o que um franqueador faz é orquestrar uma rede de negócios que têm donos e gestores diferentes e, mesmo assim, funcionam em tal sintonia que o cliente não consegue sequer perceber que são empresas distintas. Imagine, então, o que não será possível atingir numa rede na qual todas as lojas pertencem a você.