28 de fev. de 2007

Dá para viver só de royalties?

Estive com 2 executivos de uma empresa que pretende iniciar a concessão de franquias. Um consultor com quem estiveram afirmou categoricamente (segundo eles, antes mesmo de estudar suficientemente o assunto), que franqueador que se preze tem que viver (e lucrar) apenas dos royalties que cobra de seus franqueados.

Indo direto ao ponto, queriam saber minha opinião sobre o tema. E eu lhes dei a única resposta que alguém na minha posição poderia dar: "não sei".

Tenho pavor de consultores, médicos, advogados e outros profissionais que, mesmo sem examinar inteiramente a situação e sem ter dela uma visão sistêmica, já vêm com uma solução. Não acredito que alguém que não conheça muito bem o problema possa ter a solução. Não acredito em tirar coelhos da cartola. Não acredito em soluções "tamanho único", nem em receitas prontas.

Se há algo que minha experiência de mais de 20 anos como consultor me ensinou é que cada caso é um caso. O que funciona bem para a empresa X pode ser um desastre para Y. Portanto, pode ser que para uma viver apenas de royalties seja não apenas viável, mas até recomendável. Mas não dá aplicar o mesmo remédio a todas as empresas em todas as situações.

Na prática, conheço poucas empresas franqueadoras que possam (ou devam) se dar ao luxo de não explorar outras fontes de receita, além dos royalties.

27 de fev. de 2007

O futuro é das empresas multicanais

O lançamento, ontem, pelos sócios da rede Wrap's, de um novo conceito de fast-food (GoFresh), que também pretendem franquear, é mais um lance na tendência, que já comentei, de consolidação de várias marcas, vários formatos e vários conceitos de franquias "sob as asas" de uma mesma empresa franqueadora.

Sei que há gente contra o uso, por uma mesma empresa, de formatos de negócios diferentes. Mas entendo que isso não depende nem dos consultores, nem das próprias empresas, nem dos palpiteiros de plantão. Quem decide como quer consumir os produtos e serviços de qualquer organização é o cliente. Às empresas e consultores resta encontrar formas viáveis (leia-se factíveis e rentáveis) de interagir com este do jeito como (e no momento em que) ele estiver a fim de consumir.

Foi-se o tempo em que a empresa definia que canais utilizar para servir cada segmento de consumidores. Hoje, estes é que decidem que canais querem usar para interagir com a empresa. E, como é cada vez mais comum que um mesmo cliente, em momentos ou circunstâncias diferentes, queira usar canais diversos, o futuro pertence às organizações que souberem empregar múltiplos canais simultaneamente... de um jeito que lhes permita ganhar dinheiro e manter (ou, se possível, melhorar) a reputação de suas marcas.

26 de fev. de 2007

Franquia e Filantropia são mutuamente excludentes?

Eu já sabia que o post a respeito do Rotary Club (ler abaixo) ia gerar críticas. Mas imaginava que as mais pesadas viriam de gente mais conservadora do Terceiro Setor. Gente que vincula franquia com batata frita e perfume e resiste ao uso do modelo de Franchising para a nobre função de replicar (ou re-aplicar) iniciativas sociais bem sucedidas.

Para minha surpresa, a crítica mais contudente veio de um jovem (bem intencionado e muito competente) profissional de Marketing. Na sua visão, Filantropia e Franchising simplesmente não combinam.

Isso mostra o quanto os conceitos (e também a prática e os resultados) das Franquias Sociais vêm sendo mal divulgados. E eu assumo a minha parcela na culpa por isso.

Para quem não sabe, Franquia Social é o uso dos princípios, ferramentas e instrumentos que permitem replicar, com sucesso, uma loja, uma lanchonete, uma farmácia, uma escola e outros negócios para replicar (e implantar onde quer que faça sentido, com os mesmos resultados) qualquer projeto social bem sucedido.

Alguns exemplos de Franquias Sociais que vêm gerando excelentes resultados: os mais de 60 Centros de Educação Profissionalizante FORMARE da Fundação Iochpe, as mais de 1.000 Escolas de Informática e Cidadania do CDI - Comitê para a Democratização da Informática, instaladas em favelas, presídios, reservas indígenas e outras comunidades, não só no Brasil, mas também na África do Sul, em vários países da América Latina e até nos EUA e as TELESALAS da Fundação Roberto Marinho.

25 de fev. de 2007

O Rotary Club é uma franquia?

Um amigo meu, rotariano até a medula (já presidiu um Clube e dedica muito de seu tempo a atividades voluntárias em prol da entidade), me enviou um e-mail dizendo que o Rotary é uma das franquias mais bem sucedidas do mundo. Tendo a concordar com ele, mas... conheço várias pessoas, rotarianas e não, que certamente sentirão arrepios ao ler isto.

Cá entre nós, se é mesmo uma franquia, ou não, só interessa aos muito formalistas, que dão mais importância à semântica do que aos fatos. Uma coisa não dá para negar: como diz esse meu amigo (e eu assino embaixo), o Rotary faz uso de uma série de práticas e ferramentas típicas das operações de franquia bem estruturadas. E, dessa forma, garante sua presença (e sua atuação, com efetividade) onde se faz preciso. Sempre com o mesmo padrão de qualidade, mas sem deixar de levar em conta as necessidades, interesses e anseios específicos de cada comunidade.

Um exemplo que muitas empresas poderiam seguir.

24 de fev. de 2007

Tendência firme

Há anos venho vaticinando que o mercado brasileiro de franquias vai passar por um movimento forte de consolidação. A concentração de várias redes sob a gestão de uma única empresa franqueadora faz todo sentido e é inevitável.

Movimentos como os que vêm sendo protagonizados por Franholding (Microlins, Embelleze, Number One e outras), Habib's (Habib's e Ragazzo), Nobel (Livrarias Nobel, Vanilla Café, ZasTras e Benedixt), Spoleto (Spoleto e Domino's), Wizard (Wizard, Alps, Yesky, Worktec) e outras organizações de franquia são apenas o começo. Apenas a ponta do iceberg. Mais gente se prepara para seguir o mesmo caminho.

23 de fev. de 2007

Canais de Venda Alternativos

Vale a pena ler, na Exame desta quinzena, matéria que trata da "briga" entre o Grande Varejo e as Indústrias (leia-se pressão por descontos + marcas próprias X canais alternativos).

Muitos fabricantes vêm criando redes de franquias ou utilizando as técnicas e ferramentas que fazem o sucesso das franquias para implantar novos canais de vendas, ou otimizar o desempenho de canais já existentes (que nada têm a ver com franquia), e, assim, escapar (no todo ou em parte) do que consideram a "ditadura" dos grandes varejistas. Muitas das indústrias que ainda não o fizeram, tendem a aderir a essa prática em breve.

Para ler a matéria, visite o Portal Exame

22 de fev. de 2007

Inaugurando o Blog

Daqui para a frente, estaremos aqui todos os dias (ou quase todos os dias), com comentários a respeito do que se passa no mundo do Franchising. E também, quando fizer sentido, a respeito de temas que nada (ou pouco) têm a ver com Franquias. Se vc. quiser sugerir algum tema, é só enviar um e-mail para franquias.blog@gmail.com