1 de abr. de 2007

Prego é prego, parafuso é parafuso. E vice-versa...

Estive com os diretores de uma empresa franqueadora (que também é fabricante de praticamente todos os produtos comercializado nas suas franquias) que me disseram ter sido aconselhados por outro consultor a (1) explorar um único formato de ponto de venda, abandonando todos os demais que vêm utilizando (com sucesso, diga-se de passagem), (2) abandonar todo e qualquer outro canal de vendas e focar apenas nas franquias... apesar destas serem o canal que gera a menor margem, o menor volume de vendas e, por isso mesmo, o menor resultado para a empresa e (3) deixar de lucrar com a venda de produtos aos franqueados, pois "franqueador digno do nome deve viver só de royalties".

Estranho... Com base no que conheço da tal empresa, estes conselhos são opostos aos que eu daria a seus gestores. Uma estratégia assim pode funcionar em organizações com outras características. Mas não creio que seja a mais adequada àquela a que este comentário se refere.

A gente precisa ter muito cuidado (e muita auto-crítica) para analisar cada situação como ela de fato é. E não como nossas crenças nos levam a preferir que ela fosse. E prescrever o tratamento de acordo com a situação real. Lembrando que o que é remédio para uns, pode ser veneno para outros. E que mesmo o remédio certo pode gerar problemas sérios, se tomado na hora errada, em combinação com outros fatores, ou em dosagem maior ou menor que a recomendável.

Cada caso é um caso. E nenhum consultor tem o direito de tratar tudo como se fosse prego, apenas porque a única ferramenta de que dispõe é um martelo.