Paula Correia, leitora deste Blog, me escreveu perguntando: quais são os principais conflitos gerados numa rede de franquias e como solucioná-los sem comprometer o relacionamento entre as partes?
Na minha experiência, os conflitos mais frequentes resultam da divergência de expectativas: o franqueado achando que o franqueador deveria fazer tudo por ele e o franqueador achando que o franqueado é acomodado e não cumpre seu papel de forma adequada. Geralmente a coisa estoura por alguma outra causa aparente, mas, no fundo, no fundo, a causa é esta. Que, se a gente pensar bem, é a causa que está no cerne de todo e qualquer conflito entre pessoas que mantêm um relacionamento contínuo, de longa duração.
Como resolver sem comprometer o relacionamento? Com muito diálogo e muita transparência. Por transparência não se deve entender "jogar tudo na cara do outro". Tempos atrás, uma pessoa muito sábia me disse que, para manter um casamento bom e feliz durante muitos anos, o segredo é: tudo o que for dito deve ser verdade... mas nem todas as verdades precisam ser ditas... E o que há de mais parecido com o relacionamento franqueado-franqueador do que a relação que existe entre marido e mulher?
Ajuda muito contar com um Conselho de Franqueados bem estruturado. As redes de franquias que funcionam melhor têm um desses. E as que não têm, não sabem o que estão perdendo. Trata-se de um Conselho Consultivo, formado por uns poucos franqueados e um número ainda menor de representantes da empresa franqueadora que discutem temas de interesse comum da rede e colaboram com a direção da empresa franqueadora, fornecendo-lhe subsídios e sugestões que a ajudem a tomar a melhor decisão nas situações que constituam ameaças ou oportunidades para a rede. Posso assegurar que funciona.