Meu amigo e guru Francisco Madia, presidente da Academia Brasileira de Marketing, publicou recentemente um ótimo artigo em que analisa o mercado brasileiro de sorvetes. Fico tão perplexo quanto ele ao pensar que, no Brasil, são consumidos anualmente apenas 3,5 litros per capita. Enquanto isso, na Argentina o consumo é de 5 litros. No Chile, de 6,5 litros. E na Finlândia, de 20 litros. E o pior de tudo é ouvir que no Brasil se toma pouco sorvete por ser um produto “sazonal”, pelas pessoas acreditarem consumir gelado no inverno faz mal à saúde... Ou, pior, que “brasileiro não gosta de sorvete”...
Assim como o Madia, entendo que o que falta é cuidar melhor do Marketing do sorvete. O mestre lembra que, anos atrás, os “especialistas” diziam que “o brasileiro não gosta de suco de frutas”. E que, por isso, suco pronto não vendia. Até que veio uma Del Valle e, com competência e ousadia, virou o jogo. E fez isso mudando o gosto do brasileiro? Não. Apenas trabalhou bem a qualidade do produto, os canais de distribuição, a embalagem, a comunicação e tudo mais que era preciso. E dominou o mercado.
Quando será que alguém vai fazer o mesmo com o sorvete? Será que uma boa rede de franquias de pontos de venda de sorvetes, bem gerida e operada, não pode ajudar a mudar o jogo?