Não sei você, leitor. Mas eu estou cheio de tudo isso que anda acontecendo. Dos escândalos de cada dia, dos Silvinhos, Valérios, Zuleidos, Zaqueus, Jomarcelos, Renans "et caterva... Não agüento mais ! Estou perdendo o ânimo.
Você e eu somos empreendedores. Lutamos contra tudo e contra todos para criar empresas, riquezas, postos de trabalho, soluções... Temos uma necessidade de fazer isso que é mais forte do que nós mesmos. Enfrentamos (sem reclamar) a concorrência, nem sempre honesta. Conquistamos do mercado (a cada dia) o direito de continuar existindo. Damos a cara a tapa a consumidores cada vez mais informados, que têm à sua disposição inúmeras alternativas aos produtos, serviços, franquias e soluções que lhes oferecemos. Até aqui, morreu Neves. É exatamente isso o que fazem os empreendedores em qualquer lugar do mundo.
Mas, além disso, aqui neste patropi, batalhamos todo santo dia contra o tal Custo Brasil, contra impostos abusivos, contra a inércia e ineficiência do Estado, contra bancos que não bancam, contra uma legislação trabalhista imbecil e retrograda, contra pressões e depressões que empreendedores de outras partes não conhecem nem de ouvir falar. Em qualguer lugar do mundo, empreendedor que é empreendedor mata pelo menos um leão por dia. Só que a gente, no Brasil além do leão ainda tem que matar inumeráveis micos.
Como se tudo isso não bastasse, ainda temos que tomar conhecimento, todo santo dia, que um novo escândalo foi descoberto. Que mais um biltre meteu a mão no nosso bolso. Somos forçados a constatar que, quando se trata de fazer sacanagem, de tomar dinheiro do povo, de embolsar vantagens indevidas, a tão decantada criatividade do brasileiro decididamente não conhece limites.
Alguém já disse que a principal diferença entre os Estados Unidos e o Brasil é que lá a coisa pública é de todos e aqui a coisa pública não tem dono, não é de ninguém. Estaremos condenados a ser assim para sempre?
Será que não existe nada que você e eu possamos fazer para levar este país a concretizar todo o seu potencial? A ser realmente o paraíso que poderia ser, não fossem a ganância, a inoperância, o despreparo e a mais absoluta falta de vergonha na cara da vasta maioria de nossos chamados homens públicos?
Podemos fazer alguma coisa prática, concreta? Ou vamos ter que nos conformar em chafurdar na mistura de lama com bosta da imensa pocilga em que estes canalhas insistem em transformar esta terra amada, idolatrada, salve, salve?