Me perdoem o desabafo contido no comentário de uns dias atrás. Me desculpem a desanimada passageira. Já passou. Estou em Buenos Aires neste momento. E, conversando com amigos, clientes e associados daqui, que nos últimos anos enfrentaram barras até mais pesadas do que as nossas, me dei conta de que desanimar não leva a nada. Só torna mais fácil o jogo para os canalhas que fazem de tudo para afundar o nosso querido Brasil.
Obrigado por todos os comentários e e-mails que me enviaram. Como vários escrevaram, nós é que vamos ter que encontrar o caminho. Você e eu, leitor. Aliás, você, eu e os que são e pensam como nós. Os que querem fazer do Brasil um lugar decente para se viver. Não podemos depender dessa cambuta de fedapada que hoje domina os destinos da nossa Nação. Alguns dos quais parecem capazes de matar a própria mãe na véspera do Natal, só para ganhar um ingresso grátis para o Baile dos Órfãos.
Fuçando meus guardados, dei com um artigo que escrevi em 1999. Naquela época, minha empresa de consultoria tinha se associado a uma empresa especializada em Estratégias de Canais sediada em Melbourne, na Austrália. Por esse motivo, passei quase dois meses vivendo e trabalhando naquele país, participando de um programa de treinamento intensivo.
Durante todo o tempo, uma pergunta não me saiu da cabeça: por que motivo Austrália e Brasil, países que começaram de forma tão parecida (ambos ocupados, inicialmente, por degredados e outros párias) e têm tanta coisa em comum, acabaram seguindo caminhos tão opostos? Sim, a Austrália é um Brasil que deu certo. É aquilo que o Brasil poderia ser, mas não é. Onde foi que eles acertaram? Onde foi que nós erramos? Explorei esse tema no tal artigo, que agora reencontrei. Aos poucos, para não cansar você, leitor, vou reproduzir aqui neste espaço os principais trechos desse artigo, que, para minha surpresa (e infelicidade), continua atual.
Afinal, como já disse alguém, não há país no mundo que mude tanto em 20 dias e tão pouco em 20 anos, como o Brasil.