13 de ago. de 2008

What's in a name?

Tenho pensado na importância que o nome tem no sucesso de um produto ou serviço. E concluí que o nome é um fator relevante, até mais do que eu mesmo sempre pensei. Veja estes casos:

1-) Pense na tilápia. Um peixe delicioso, mas ao qual ninguém dava muita atenção. Era coisa de “caipira”, um peixinho à-toa. Bastou apelidá-lo de Saint-Peter e as vendas (e os preços) dispararam. E hoje o bichinho é encontrado no cardápio dos restaurantes mais chiques do país. E até exportado.

2-) Me lembro que, quando era garoto, a gente comia mamões apenas dos grandes, geralmente plantados no quintal da própria casa, ou da casa da avó ou de alguma tia. Quando eu tinha uns 14 ou 15 anos, surgiram uns mamõezinhos menores, que eram chamados de Mamão da Amazônia. Eram vendidos mais como uma curiosidade, mas ninguém os levava muito a sério. Foi só chamá-los pelo nome como os mamões em geral são conhecidos no Exterior (Papaya) e as vendas dispararam. Tornou-se um sucesso de crítica e de público.

3-) Tem também o CEAG, da EAESP da FGV (quanta sigla, não?). O Curso de Especialização em Administração de Empresas para Graduados foi concebido para aprimorar os conhecimentos em Gestão de Negócios de profissionais graduados em faculdades que não de Administração de Empresas.

O que nunca impediu que administradores formados por outras escolas, que não a EAESP, também o freqüentassem, atrás de um diploma com as 3 letrinhas mágicas (FGV). Alem disso, dei aula no CEAG e sei de gente formada pela própria FGV que também o cursava, para aprimorar seus conhecimentos.

Era (e é) um curso de qualidade excelente. Mas...

Surgiram os MBAs Executivos. E, entre fazer um “Curso de Especialização” (ainda que na FGV) ou um “MBA Executivo”, a moçada não teve dúvida. E passou a se matricular em penca nesses últimos, inclusive alguns criados em (ou por) escolas de reputação duvidosa. Mas essas 3 outras letrinhas mágicas (MBA) exerciam (e continuam a exercer) um fascínio tamanho sobre gente em busca de um lugar ao sol, que passou a valer tudo para ter esse diploma, fosse expedido por quem fosse.

O mais irônico é que, na minha modesta visão de quem conheceu por dentro o CEAG na sua melhor fase, ele foi (salvo chuva, salvo engano) o primeiro MBA Executivo do Brasil. Apenas foi batizado com o nome errado, um nome sem charme, uma sigla que lembra coisa do Governo.

Você consegue lembrar de bons exemplos de nomes que provocaram o sucesso (ou o fracasso) de um produto ou serviço? Se lembrar, mande para mim.