É interessante observar o avanço da Indústria para o Varejo, seja através da criação de lojas conceito (quase sempre próprias), ou da implantação de redes de pontos de venda monomarca (quase sempre compostas por uma mescla de unidades próprias e franquias). As lojas conceito tendem a se prestar mais à simples divulgação da marca e de toda a sua linha de produtos, enquanto os pontos monomarca tendem a se focar na venda propriamente dita, embora também exerçam papel promocional importante.
Pode parecer um paradoxo, mas essa onda se revela mais clara precisamente no caso de marcas que já são fortes e gozam de reputação e imagem de qualidade, marcas que já consituem objeto de desejo de uma grande camada de consumidores, como Apple, Timberland, Nike e outras do mesmo naipe.
Quer se trate de material de construção, calçados, roupas ou eletro-eletrônicos, a motivação por trás desse movimento de integração para a frente, em direção ao Varejo, é a mesma: a busca de fugir das pressões das grandes redes varejistas, com suas políticas de compras "pé no peito" e sua atração crescente pelo desenvolvimento de marcas próprias somada à necessidade de criar espaços que gerem experiências de consumo positivas, nos moldes desejados por quem concebeu o produto, tornando este e a marca que o identifica mais relevantes na vida, nos negócios, na mente e no coração de cada consumidor.
Não há dúvida de que, em todos ou quase todos os ramos, a diferenciação cada vez mais se desloca do produto e da comunicação tradicional para o ponto de venda e a forma como o mesmo é operado.
Num mundo em que um consumidor médio, que viva numa grande cidade, recebe acima de 3.000 mensagens de Marketing todos os dias - e só consegue reter algo como 150 ou 170, se tanto -, vai sobreviver quem tiver a capacidade de criar experiências memoráveis para seus clientes.
Num cenário assim, vai ser notado aquele que se fizer notável. E isso, só consegue a indústria que conquistar um mínimo de controle sobre a forma como os pontos de venda a Varejo, ou pontos de interação do consumidor com o produto, EXECUTAM cada uma das tarefas que lhes cabem.
Falando em Execução, nunca é demais lembrar que EXECUTAR vem do Latim exsequitor, exsequire, que significa levar até ao fim, fazer tudo o que foi planejado, não deixar nada por fazer. Ou seja: nada é desimportante. Na busca de propiciar experiências positivas para cada um dos consumidores da marca, cada detalhe conta.