Confesso que ando cada vez mais sem paciência para lidar com quem não consegue descartar velhos preconceitos e velhas superstições. Entendo que todos nós devemos, de tempos em tempos, rever nossas “verdades”, premissas e certezas. Para nos certificarmos de que não se tornaram obsoletas. Não pode haver compromisso com o erro.
Não tenho vergonha de admitir que mudei de idéia com relação a um monte de coisas. E me reservo o direito de ainda mudar tantas vezes quantas for o caso. Por exemplo: durante anos achei absurdo e inaceitável que uma empresa franqueadora utilizasse um intermediário para recrutar e selecionar seus franqueados. Naquele tempo eu acreditava que “terceirizar” a venda de franquias constituía uma verdadeira heresia. Por que motivo? Nem eu mesmo sei. Superstição, como eu disse.
É bem verdade que havia gente, no Brasil e lá fora, que armava picaretagens mil nesse processo de intermediação. E imagino que, no fundo, eu tinha a impressão de que não era possível desempenhar essa atividade com seriedade e profissionalismo. Superstição pura, falta de visão, sei lá.
O tempo e a experiência se encarregaram de mudar minha forma de ver a coisa. Afinal, se tantas empresas sérias terceirizam, dentre tantas outras atividades, sua contabilidade, seu Marketing, o desenvolvimento de seus produtos, sua Logística, Distribuição, Atendimento a Clientes e até mesmo o recrutamento e seleção dos executivos que comandam a própria organização (inclusive o próprio Presidente da empresa !), por que um franqueador não deveria entregar a um terceiro (desde que sério e profissional) a tarefa de buscar e pré-selecionar candidatos à aquisição de suas franquias?