Conheci Ricardo Bellino há uns 19, talvez 20 anos. Ele então era um jovem "duro" e simpático, com pouco mais de 20 anos de idade, que tentava convencer o "todo poderoso" John Casablancas a se associar a ele para trazer sua Elite Models para o Brasil. E Bellino mostrou a Casablancas que, se não tinha a grana nem a idade que todos consideravam necessárias, tinha algo que faria toda a diferença: uma garra a toda prova.
Fez isso viajando 6 ou 8 vezes aos EUA, para conversar e convencer Casablancas. Como não tinha grana, viajava como mensageiro da DHL (ou outra empresa do gênero, não me lembro). Isso mesmo, naquele tempo as empresas especializadas no transporte de documentos importantes, que precisavam chegar rapidamente ao seu destino, costumavam pagar a passagem de quem se dispusesse a viajar sem bagagem, apenas com uma pequena maleta de mão. No lugar da bagagem, ia um malote com os tais documentos urgentes e importantes. E Bellino viajava nessa condição.
Casablancas ficou impressionado com isso e topou a sociedade, implantando aqui um "braço" de sua Elite Models, que, entre outras façanhas, lançou Gisele Bündchen. Ponto para Bellino, que, não contente com isso, anos depois convenceu Donald Trump (que lhe concedeu apenas 3 mnutos para dizer a que vinha) a se associar a ele para lançar empreendimentos imobiliários no Brasil. Outro ponto para meu amigo Bellino.
Pois agora Bellino mostra que criatividade e disposição para desenvolver novos negócios não lhe faltam. E, como mostra a matéria de capa da Isto É Dinheiro desta semana, se prepara para lançar, nos Estados Unidos, a rede Casas Brasileiras: pontos de venda situados nos EUA e outros países com forte presença de imigrantes brasileiros nas quais estes poderão comprar eletrodomésticos, carros, casas e outros bens a serem entregues a suas famílias no Brasil. A vantagem, para o imigrante, é a certeza de que o dinheiro suado que manda para a família terá a destinação que ele deseja. E não será torrado em bobagens.
Se a gente pensar que os "brazucas" que vivem nos EUA mandam para o Brasil algo entre US$ 7,5 Bilhões e US$ 10 Bilhões por ano e que os "dekasseguis" brasileiros que trabalham no Japão enviam para cá, anualmente, outros US$ 2 a US$ 4 Bilhões, vai concluir que essa idéia Belliniana tem tudo para dar certo. Tanto é assim que o Ponto Frio e a Construtora Tenda já embarcaram no projeto e, ao que parece, a Volkswagen está prestes a fazer o mesmo.
Mais um ponto para o super-empreendedor Ricardo Bellino.