14 de abr. de 2009

Reflexões do hospital

Estou no Einstein. Meu filho de 19 anos acaba de dar entrada no Centro Cirúrgico para uma operação no braço que deve levar umas 4 ou 5 horas. Sofreu um acidente de skate super bobo, mas caiu tão de mau jeito que conseguiu não apenas quebrar o osso num lugar bem complicadinho, como também rompeu todos os ligamentos e tudo mais que tinha para romper.

O hospital está lotado e, enquanto não liberam um apartamento, estou no café do térreo. O médico é considerado um dos maiores cobras nesse tipo de cirurgia. O hospital é dos melhores. Meu filho não vai sair do Centro Cirúrgico antes das 5 da tarde. Não há nada que eu possa fazer por ele, a não ser rezar. Minha agenda está uma loucura e só vai piorar agora que cancelei todos os compromissos que tinha marcados para hoje. Por que diabos não vou fazer algo mais útil? Por que fico aqui neste café?

Porque é o lugar mais próximo da minha cria onde me deixam ficar. E quero ficar o mais perto dele que eu puder.

Esse instinto de proteger a prole é puramente animal, coisa de bicho, não tem explicação. Aliás, tem, mas não adianta explicar: quem nunca foi pai não vai entender e quem já foi não precisa que eu explique.

Outra coisa: a gente só aprende a ser filho depois que vira pai.