Nos últimos dias, conversei com vários empresários, executivos e consultores experientes e bem informados, conhecedores dos ramos mais diversos, a respeito de suas perspectivas para o ano que vem.
O pessimismo de meses atrás deu lugar a um otimismo bem calibrado: o mais pessimista acredita num crescimento da economia brasileira da ordem de 5% e o mais otimista crê que chegará a 7%. Cá para nós, 5% já será pra lá de bom. 7%, então, será uma maravilha.
De acordo com alguns deles, muitas empresas já elevam (ou se preparam para elevar) seus investimentos e buscam pessoal qualificado. E muitas estão repensando suas estruturas de produção e logística e suas estratégias de canais de vendas.
É inegável que, no Brasil, os canais de venda em geral (especialmente pequenos e médios varejistas e distribuidores de produtos dos mais diversos ramos) carecem de capacitação e ferramentas de gestão. E que, com a informalidade tributária (que permitiu sua sobrevivência até aqui) se tornando uma prática cada vez mais difícil e arriscada, muitos vão desaparecer... a menos que as indústrias e os grandes atacadistas, que têm neles seus principais clientes, se dediquem a apoiá-los num processo de profissionalização intensiva.
De forma geral, os homens de negócio com quem troquei idéias nestes dias acreditam que a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro terá efeito positivo para o Brasil (segundo alguns, mais de imagem do que propriamente econômico - ao menos no curto prazo).
Mas ninguém está lá muito seguro quanto à competência e seriedade dos Governos para realizar as obras necessárias. Temem pelo que possa ocorrer no que tange aos volumes de grana a serem desembolsados com essas obras e demais atividades. Não conseguem se esquecer do Pan, cujas obras acabaram custando várias vezes (10 vezes?) o que havia sido orçado...
Um desses senhores fez um comentário muito interessante com relação ao Pré-Sal. Disse estar convencido de que seu impacto positivo na economia brasileira será ainda maior do que se imagina... mesmo que, ao final, se constate que é economicamente inviável extrair o petróleo que ali existe.
É interessante observar que um medo manifestado por alguns é que, com a retomada do crescimento do país, faltem produtos, infra-estrutura "y otras cositas más". Mas isso já são outros quinhentos...