Meu amigo e guru Clemente Nobrega, um questionador por excelência, traduziu e publicou no seu blog (que eu acompanho diariamente) um trecho da nova coluna sobre Negócios da excelente revista The Economist, publicada na edição da semana passada.
Tomo a liberdade de transcrever aqui a tradução do Clemente... esperando que nem ele, nem o pessoal da Economist (o editor de negócios Matt Bishop foi palestrante no mesmo evento que eu, o CEO Summit da Endeavor, em Miami, em maio deste ano), fiquem bravos comigo:
“O que as escolas de negócios podem fazer para melhorar seu desempenho? Mais aulas de história ajudariam. Futuros dirigentes de empresas precisam aprender que a história econômica é marcada por crises e catástrofes; que os booms inevitavelmente dão lugar a bolhas que estouram; que os ciclos de negócios continuam dando as cartas na economia moderna. O desastre recente poderia ter chegado com menos surpresa se os MBAs tivessem aprendido que houve pelo menos 124 crises centradas no sistema bancário ao redor do mundo desde 1970, a maioria das quais foi precedida de crescimento de preços de residências,alta forte de ações nas bolsas, grandes fluxos de capital e aumento da dívida pública.
As escolas de negócio deviam promover o ceticismo. Os formados nos últimos anos aceitaram muito facilmente a noção de que a “engenharia financeira” inteligente poderia abolir risco e incerteza, quando, provavelmente, piorou essas coisas. É interessante notar que os gigantes da economia foram céticos… Andrew Lo, do MIT Sloan School of Management, gostava de dizer que nas ciências físicas três leis conseguem explicar o comportamento de 99% da coisas, enquanto em finanças 99% das leis podem explicar, no máximo, 3% do comportamento.
O pecado original das escolas de negócios é o oba-oba em relação a empresas supostamente modelo. Os professores estão sempre dispostos a puxar o saco das empresas que lhes fornecem suas matérias-primas (alunos). Com alguma sorte, além de fornecerem alunos, essas empresas os contratarão também para lucrativos trabalhos de consultoria . A Harvard Business School produziu estudos bajuladores de quase todos os recentes vilões corporativos - da Enron (que estava recheada de ex-alunos de Harvard ) ao Banco Real da Escócia.
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Professores com “cifrões nos olhos” estão sempre anunciando o nascimento da mais recente revolucionária técnica de gestão, ou a descoberta da mais quente “supercorp”. As escolas de negócios precisam dar mais espaço a pessoas que estejam dispostas a “morder a mão que as alimenta”, expor modismos, atacar os CEOs festejados. Os reis de antigamente empregavam bobos da corte para fazê-los “voltar à Terra”. É tempo das escolas de negócios fazerem o mesmo
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