23 de set. de 2009

Em defesa do Fleury

Não tenho procuração para defender a empresa, nem ela é minha cliente. Aliás, eu é que sou cliente dela. Mas acho uma sacanagem o que estão fazendo com o Laboratório Fleury. Aparentemente, um dos seus fornecedores de medicamentos teria vendido ao Fleury algumas caixas de um produto para tratamento oncológico que haviam sido roubadas. E isso virou manchete em tudo quanto é jornal, programa de rádio e noticiário de TV.

Note-se que esse fornecedor é uma empresa regularmente registrada, autorizada a funcionar, cuja atividade é, precisamente, a distribuição de medicamentos. Uma empresa que é - ou dveria ser - fiscalizada pelas autoridades competentes. E, ao que tudo indica, vendeu o tal remédio ao Fleury por preços compatíveis com os praticados no mercado.

Não sei se a sacanagem maior é desse pessoal que pratica o jornalismo-espetáculo, ou se é da polícia, que fez a apreensão do tal medicamento com o estardalhaço que vem se tornando costumeiro. Mas que alguém está jogando mercado no ventilador, é inegável.

Acho um absurdo. Entendo que ninguém envolvido numa investigação policial deveria ter seu nome divulgado enquanto não estiver provada sua culpa.

Que se conduza a investigação de acordo com a Lei. Se, ao final, ficar comprovada a culpa do Fleury, que seus dirigentes responsáveis sejam punidos exemplarmente. Mas, até lá, é pura sacanagem ficar divulgando notícias que deixam "no ar" até que ponto a empresa e seus gestores estão, de fato, envolvidos na trambicagem. Essas notícias podem arruinar a reputação de uma organização que sempre se mostrou séria e que é referência em sua área de atuação.

Enquanto isso, o filho do Sarney é flagrado, numa escuta telefônica, dizendo que "coloca quem quiser no Senado". E nada, absolutamente nada, acontece com o rapaz. E muito menos com seu pai... Vá entender...