21 de ago. de 2009

Ruth Cardoso faz muita falta ao Brasil

Recebi meu exemplar do Livro de Ruth, de Margarida Gordinho, com imagens e textos que contam a trajetória de Ruth Cardoso.

Ao folheá-lo, me emocionei ao encontrar uma foto em que apareço ao lado de Ruth, da antropóloga Helena Sampaio e da arquiteta pernambucana Janete Costa (falecida em novembro do ano passado).

Essa foto foi tirada na cerimônia de fundação da Central Artesol, entidade sem fins lucrativos criada para levar adiante o programa Artesanato Solidário. Foi um prazer e um privilégio trabalhar com Ruth no Conselho Diretor dessa ONG ao longo de 5 anos. Aprendi muito com essa mulher e com seu jeito de ser.

A conta certa entre a doçura e a firmeza, Ruth Cardoso era uma pessoa iluminada, capaz de fazer uma diferença positiva na vida de qualquer pessoa que dela se aproximasse. Inclusive na minha.

Ela era um exemplo para todos os que ocupam cargos públicos e para os integrantes da chamada "elite brasileira".

Mesmo quando "Primeira Dama" do Brasil (título que ela odiava e negava com todas as suas forças), nunca perdeu a simplicidade nem a consciência de sua origem. Nunca se afastou um mílimetro de seus valores, não se deslumbrou com a pompa e o puxa-saquismo, não perdeu a elegância e a compostura, nem deixou, por um segundo sequer, de ser ela mesma.

Ruth faz uma falta desgraçada a este país, em cuja esfera pública a canalhice e a cafonice prevalecem.