Não se abale. Eu também tenho. Pouca grana, é verdade, mas tenho. E, se eu já tinha pouco, neste momento, com toda a desvalorização, o pouco que tenho vale menos ainda.
O fundamental, numa hora dessas, é não entrar em pânico. Como diz meu amigo Lacaz, se você está sendo estuprado, movimentos bruscos tendem a beneficiar o estuprador. É hora de seguir o ensinamento da nossa querida candidata derrotada à Prefeitura de São Paulo, Dona Marta Suplício: "relaxe e goze".
A primeira providência que tomei, quando a Bolsa começou a ter esse comportamento de eletro de cardíaco, foi parar de acompanhar o movimento das minhas parcas ações. Não pretendo vendê-las e, neste momento, não pretendo comprar outras. Portanto, ficar me angustiando com as oscilações bruscas não levava a nada. E ainda tirava o meu foco de onde ele deve estar: identificar e explorar as oportunidades de consultoria que fatalmente surgem em períodos de crise.
E tem mais: meu amigo Carlos Mao, que entende de Bolsa muito mais do que eu e acompanha esse troço como mãe coruja de recém nascido acompanha a evolução de seu rebento, me escreveu dizendo que, por uma série de fatores que não vem ao caso a gente detalhar aqui, as cotações perderam qualquer relação com fatores técnicos.
Ele observa, inclusive, que as ações da Vale chegaram a ser cotadas pelo correspondente ao montante que a empresa tinha em Caixa naquele momento. O que equivale a dizer que todo o restante dos ativos tangíveis e intangíveis da empresa (marca, instalações, contratos, estoques, reservas, know-how e o escambau) estaria "de graça", valendo ZERO. O que, convenhamos, não faz o menor sentido.
Mao lembra que em 2001 a Bolsa caiu 50%. E em 2002 subiu 95%.
Portanto, muita calma nesta hora.