Não sei se você também, mas eu já não aguento mais a cobertura do chamado Caso Isabella. Não que eu seja um insensível. Ao contrário, eu não tenho é estômago para o estardalhaço que praticamente todos os orgãos da grande Mídia - uns com mais elegância, outros enfiando o pé na jaca - vêm fazendo.
Desde os primeiros momentos, tenho lá o meu palpite para o que aconteceu. Mas nem por isso vou publicá-lo aqui (ou em nenhum outro lugar). Aliás, venho torcendo para estar totalmente enganado, embora tudo pareça indicar que não estou.
Uma das poucas manifestações decentes que li a respeito do assunto foi um comentário de Fernando de Barros e Silva, publicado na Folha de S. Paulo de alguns dias atrás. Esse senhor - que eu não conheço, mas passei a admirar - observa que o episódio é um daqueles em que o interesse público é quase nulo, mas o interesse DO público é imenso. A meus ver, mais ou menos como se passa com os BBBs da vida e outras manifestações culturais (eu disse culturais?) a que aos poucos somos forçados a nos acostumar.
Em casos assim, como diz Barros e Silva, fica muito difícil traçar a linha que separa a necessidade (e a vontade) de informar da pura intenção de entreter o público a qualquer preço, gerando, estimulando e, às vezes, satisfazendo a curiosidade mórbida e outras taras.
Aos seres humanos pensantes, resta lamentar o ocorrido, esperar que os responsáveis sejam identificados (da forma justa e de acordo com a Lei), julgados (idem) e punidos (idem). E também parar de dar atenção aos veículos que exploram situações desse naipe.
Além, é claro, de orar pela alma da pequena menina e de tantas outras crianças vítimas da estupidez e da falta de Valores que infelizmente permeiam a sociedade em que vivemos.