No programa Conta Corrente da GloboNews em que fomos entrevistados juntos pelo Guto Abranches (ver post abaixo), Antoninho Marmo Trevisan levantou um ponto interessante ao observar que, em muitas empresas, os donos (ou acionistas) estão assumindo o comando do dia a dia. E disse que tempos de crise requerem uma agilidade e uma velocidade que muitos executivos contratados não conseguem imprimir às suas decisões.
Ele tem razão. Não que cada empresa precise ou deva ter o dia a dia tocado por seu acionista majoritário (embora isso esteja, de fato, ocorrendo em várias, como Schincariol, W. Torre, Dell e outras).
O que é fundamental, em tempos difíceis como os que se anunciam, é que aqueles no comando de qualquer organização (presidentes, vice-presidentes, diretores, superintendentes, etc.), especialmente o CEO, sejam capazes de pensar, decidir e agir como se donos fossem. Rapidamente, agilmente, assumindo riscos. Sem muito lero-lero, sem criar dezenas de comitês, nem encomendar centenas de análises e pareceres, buscando certezas que, numa época com esta, nunca poderão ser encontradas... simplesmente porque ninguém sabe o que poderá acontecer, que dizer o que irá, de fato, acontecer.
Sempre com os valores, as crenças e o interesse da empresa e dos clientes desta acima de tudo, é claro.
Inclusive para, se for o caso, errar rápido, voltar atrás rápido e corrigir o rumo rápido.
Tempos de incerteza exigem líderes ágeis.
Como já disse alguém, hoje, mais do que nunca, ninguém tem como saber o que vem pela frente. Na verdade, só nos resta torcer para que seja mesmo pela frente.