A decisão, tomada pela Uniban, de expulsar a aluna que foi à aula de mini-saia e, por causa disso, foi xingada, hostilizada e ameaçada de estupro por cerca de 700 de seus próprios colegas, foi, do ponto de vista de Marketing, simplesmente desastrosa.
Parece que ninguém parou para pensar no efeito que os fatos poderão ter sobre a imagem, não apenas da instituição, mas dos portadores de diplomas expedidos por ela. A maioria dos quais investiu sangue, suór e lágrimas para conseguir cursá-la na esperança de que o diploma se convertesse no passaporte para uma vida melhor.
Não cabe discutir aqui se a roupa que a moça usou é de bom gosto, ou não. Não é, é vulgar. E tão adequada ao ambiente (ou inadequada, depende do ponto de vista) quanto os bonés portados por vários de seus colegas que aparecem nos vídeos que mostram cenas da histeria coletiva que acometeu aquela turba. Nem cada questionar se cada um tem o direito de usar a roupa que quiser, para ir à faculdade, ainda que de aparência vulgar. Tem, é claro. Basta que não ponha em risco a segurança ou o bem-estar dos demais, nem atente contra o pudor. E, desde pelo menos 1967, acho difícil que usar uma saia curta numa faculdade possa ser considerado um atentado ao pudor.
Cabe discutir é que à Universidade competia ter (e demonstrar) um pouco (ou um bocado) mais de ponderação. E jamais tomar uma decisão que pune a vítima e deixa livres seus algozes talebans.
Clique aqui para ler o comentário muito oportuno do genial Contardo Calligaris a respeito do tema. E aqui para ler o que o Luiz Marinho escreveu a respeito do mesmo assunto e sobre o nível de alguns alunos das chamadas universidades populares. Faço minhas as palavras dos dois.